Cultura do jazz by Cameron Lawrence
Desde o começo, o jazz falava sobre liberdade, movimento e expressão individual. O seu rompimento com a música tradicional e a ênfase no improviso e na inovação colocou-o como cenário das alterações culturais e como influência à cultura internacional atual. Hoje, o jazz é tocado em todos os continentes.
Sasha/Hulton Archive/Getty Images A Lew Stone Orchestra se apresentando em 1932
Durante a prosperidade econômica dos anos 20, o jazz se tornou a trilha sonora das festas nos clubes secretos, chamados de "speakeasies" (que significa "fale baixo") , onde o prazer comandava e as bebidas proibidas por lei (durante a Lei Seca) eram consumidas. Devido às suas raízes (a cultura afro-americana) e aos locais, às ocasiões e às atividades com as quais estava associado, o jazz incialmente carregou o rótulo de "baixa cultura".
Depois do término da I Guerra Mundial, as pessoas desejavam um reinício e o fim das tradições sociais que causavam aborrecimento. Pela primeira vez, a cultura afro-americana se tornou moda, o que elevou muito a posição dos afro-americanos na sociedade. Mas isto não ocorreu sem a resistência de grupos como a Ku Klux Klan, que continuaram oprimindo sistematicamente e brutalizando os afro-americanos. Ainda assim, a notoriedade do jazz cresceu e mudou a trajetória da música americana para sempre.
A natureza livre do jazz se espalhou por toda a cultura americana. Mulheres começaram a quebrar tabus em relação aos tradicionais papéis sexuais, evitando as roupas conservadoras e aproveitando a liberdade recém-descoberta. Elas também proclamaram sua independência dos homens e de papéis obrigatórios de donas de casa dentro das famílias. O jazz abriu espaço para as mulheres trabalharem como artistas e forneceu muitos outros trabalhos para as mulheres no mercado da música. F. Scott Fitzgerald capturou a essência dessa era em seu romance de 1925, "O Grande Gatsby" - a história de um contrabandista de classe alta, suas festas abundantes e a futilidade dos personagens que viviam à sua volta. No Harlem, o jazz acompanhou a renascença cultural que foi experimentada por escritores afro-americanos e artistas de todos os tipos nos Estados Unidos.
No topo do bop nos anos 40, artistas literários como Jack Kerouac e Allen Ginsberg, da Beat Generation, encontraram inspiração para mais inovações. Os escritores Beat e seus contemporâneos admiravam a espontaneidade e a forma livre do jazz. Eles trabalharam para implementar seus ritmos sincopatizados na métrica de sua poesia, que eles apresentavam ao vivo com um fundo de jazz.
A partir da Era do Jazz dos anos 20 até a era do swing dos anos 30 e 40, o jazz era o coração da cultura jovem. O jazz é responsável pela influência de uma variedade de artistas e gêneros. Ritmos como o Rap, o R&B, o pop, o soul e grupos femininos como The Supremes são herdeiros do jazz. Hoje, as novas gerações de músicos e vocalistas, como Wynton Marsalis, Cassandra Wilson e Amy Winehouse, continuam a celebrar o jazz ao reinterpretar os clássicos e ao criar novas expressões musicais.
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