A lista das contribuições da Espanha islâmica para o ocidente é, na verdade, quase que interminável, além das contribuições nos campos da matemática, economia, medicina, botânica, geografia, história e filosofia, a Andaluzia também desenvolveu e aplicou importantes inovações tecnológicas: o moinho de vento e as novas técnicas para o trabalho em metal, tecelagem e construção.
A Arte e a Arquitetura Na Espanha Muçulmana
Quando se fala em "arte islâmica", não significa, necessariamente, uma manifestação artística que tenha por finalidade render o culto à fé, na verdade, este termo refere-se à unidade criativa de uma arte e arquitetura características de uma civilização que dominou grande parte do mundo durante muito tempo.
Tão pouco se limita a uma única etnia e sim a diversas, que abrange regiões tão diversas como grande parte da África negra, o Maghrib, a Indonésia, o Golfo Pérsico e algumas regiões do Cáucaso, da Europa, da China e Índia, sob o signo da autêntica identidade supranacional, existem muitas diversidades culturais que tomaram formas locais e regionais.
No primórdios do Islam, surgiu, de imediato, uma arte rica e variada, baseada na tradição clássica, na arte bizantina, na persa e na dos povos orientais subjugados, não obstante, a originalidade das estruturas arquitetônicas e os motivos ornamentais deram, como resultado, uma arte característica, tipicamente muçulmana, em todas as criações artísticas islâmicas percebe-se uma indiscutível unidade e uma expressão comum.
A ornamentação é, sem dúvida, um dos aspectos que mais contribuíram para a unificação da arte islâmica, os mesmos temas de decoração surgem na arquitetura, com independência de material, escala ou técnica utilizada.
A grande profusão de superfícies decoradas faz com que as estruturas permaneçam parcialmente camufladas, através da repetição dos motivos, de um modo geral geométricos, e a sábia combinação de materiais e texturas, consegue-se um efeito tridimensional, que dá às construções um certo ar de mistério.
A luz e a água são elementos indispensáveis para se alcançar esse efeito quase irreal. Tanto nos edifícios como nos objetos decorativos, a caligrafia, os motivos de estrelas entrelaçadas e os motivos vegetais estilizados, também conferem aos espaços uma inter-relação harmoniosa.
De um modo geral, os motivos figurativos aparecem nos objetos domésticos, contrariando a crença popular de que a tradição muçulmana os proíbe, é bem verdade que, se não os proíbe, pelo menos desaconselha, uma vez que a divindade perderia seu caráter transcendental e imaterial ao tentar ser representada; por este motivo, as figuras humanas nunca são encontradas nas mesquitas muçulmanas.
Entre as artes decorativas hispano-muçulmanas, merecem destaque os arcos, os entalhes, o uso do bronze, os objetos de madeira, a cerâmica vidrada, as pias para as abluções, os tecidos em seda bordada e os livros ricamente encadernados e com iluminuras.
Em relação à arquitetura, são numerosos os edifícios hispano-muçulmanos que ainda podem ser vistos e admirados na Espanha